quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Paisagem com audiodescrição


Paisagem com audiodescrição

   Começaremos com o conceito de audiodescrição e logo após veremos a descrição de uma paisagem através da audiodescrição.
   A audiodescrição é o recurso que permite a inclusão de pessoas com deficiência visual em cinema, teatro e programas de televisão. No Brasil, segundo dados do IBGE, existem aproximadamente 16,5 milhões de pessoas com deficiência visual total e parcial, que encontram-se excluídos da experiência audiovisual e cênica.
   A acessibilidade nos meios de comunicação é um tema que está em pauta no mundo todo. Os esforços neste sentido visam não apenas proporcionar o acesso a produtos culturais a uma parcela da população que se encontra excluída, como também estabelecer um novo patamar de igualdade baseado na valorização da diversidade.
“Dizem que uma imagem vale mais do que 1000 palavras, pois bem, a audiodescrição é muito mais que as tais 1000 palavras.”

Marco Antonio de Queiroz, cego, autor do site Bengalalegal, em entrevista sobre sua participação como jurado do Festival de Cinema Assim Vivemos 2007.


     "Barco com Bandeirinhas e Pássaros", de Alfredo Volpi – 1955.

   Áudio-descrição da paisagem

  A imagem apresenta um barco, em perspectiva lateral, sobre fundo  azulado. O casco do barco, em tom esverdeado, tem formato oval, partido ao meio. O barco está posicionado de forma centralizada na tela, de modo que seu fundo está bem rente à base inferior da moldura, e suas extremidades bem próximas às laterais.   De dentro do barco saem dois mastros verticais, que estão localizados, cada um,  próximos as extremidades e tem nas  suas  pontas, uma bandeira, em formato de bandeirinha tipicamente  junina, porém maior que o  tamanho comumente utilizado, hasteada em posição horizontal. Das extremidades do barco saem, em diagonal e em   direção à metade  dos mastros, um cordão com várias bandeirinhas coloridas,  em tons de verde e vermelho-alaranjado. Ligando os dois mastros está um cordão horizontal com bandeirinhas, que juntamente com os cordões diagonais, configuram o formato de um trapézio  ou tenda. Existem ainda na tela, representações de quatro pássaros de cor escura  voando  sobre o barco.   Próximo ao mastro da esquerda estão posicionados, um ao alto  e à esquerda, e outro mais abaixo e à direita.  Um dos pássaros está posicionado bem no centro do quadro, em região bem próxima à borda  do  casco. O quarto pássaro localiza-se um pouco mais acima deste e ao lado  do  mastro da direita.
  Esta audiodescrição tem a função de auxiliar o professor na questão de explicitar algo que a criança com Deficiência Visual não pode ver. Então a criança vai ouvir e imaginar a paisagem através dos detalhes descritos.

CEREJEIRA, T. L. T. Áudio-descrição da Pintura "Barco com Bandeirinhas e Pássaros" de Alfredo Volpi. 




domingo, 13 de outubro de 2013

Sugestão de atividade para alunos com Deficiência Intelectual



Escrita significativa e muito bem ilustrada



COMUNICAÇÃO Vinicius superou o isolamento e melhorou a interação em atividades com imagens e sons. Foto: Léo Drumond.
 




  A falta de compreensão da função da escrita como representação da linguagem é outra característica comum em quem tem deficiência intelectual. Essa imaturidade do sistema neurológico pede estratégias que servem para a criança desenvolver a capacidade de relacionar o falado com o escrito. Para ajudar, o professor deve enaltecer o uso social da língua e usar ilustrações e fichas de leitura. O objetivo delas é acostumar o estudante a relacionar imagens com textos. A elaboração de relatórios sobre o que está sendo feito também ajuda nas etapas avançadas da alfabetização. A primeira medida foi pedir que trouxessem fotos, certidão de nascimento, registro de identidade e tudo que poderia dizer quem eram. "O material vai compor um livro sobre a vida de cada um.
  Nessa atividade o aluno desenvolverá o raciocínio e assimilação da imagem com o texto escrito relacionando com sua própria realidade.
  O professor de AEE tem a função de levar esse jogo para o professor da sala comum, proporcionando o respeito mutuo e o raciocínio lógico. Já no atendimento na sala de AEE essa atividade deverá ser feita sempre em grupo.



A importância do foco nas explicações em sala de aula



SIGNIFICADO Na sala de recursos, elaboração de livro sobre a vida dos alunos deu sentido à escrita. Foto: Marcelo Almeida


   Alunos com deficiência intelectual precisam de espaço organizado, rotina, atividades lógicas e regras. Como a sala de aula tem muitos elementos - colegas, professor, quadro-negro, livros e materiais -, focar o raciocínio fica ainda mais difícil. Por isso, é ideal que as aulas tenham um início prático e instrumentalizado. "Não adianta insistir em falar a mesma coisa várias vezes. Não se trata de reforço. Ele precisa desenvolver a habilidade de prestar atenção com estratégias diferenciadas para, depois, entender o conteúdo", diz Maria Tereza Eglér Mantoan, doutora e docente em Psicologia Educacional da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

   O ponto de partida deve ser algo que mantenha o aluno atento, como jogos de tabuleiro, quebra-cabeça, jogo da memória e imitações de sons ou movimentos do professor ou dos colegas - em Geografia, por exemplo, ele pode exercitar a mente traçando no ar com o dedo o contorno de uma planície, planalto, morro e montanha. Também é importante adequar a proposta à idade e, principalmente, aos assuntos trabalhados em classe. Nesse caso, o estudo das formas geométricas poderia vir acompanhado de uma atividade para encontrar figuras semelhantes que representem o quadrado, o retângulo e o círculo.

   A meta é que, sempre que possível e mesmo com um trabalho diferente, o aluno esteja participando do grupo. A tarefa deve começar tão fácil quanto seja necessário para que ele perceba que consegue executá-la, mas sempre com algum desafio. Depois, pode-se aumentar as regras, o número de participantes e a complexidade. "A própria sequência de exercícios parecidos e agradáveis já vai ajudá-lo a aumentar de forma considerável a capacidade de se concentrar", comenta Maria Tereza, da Unicamp.

BIBLIOGRAFIA 

Leitura e Escrita no Contexto da Diversidade, Ana Cláudia Lodi, 112 págs., Ed. Mediação.
 MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Ser ou estar eis a questão: explicando o déficit intelectual. Rio de Janeiro: WVA editora,1997.